PEDRO SIQUEIRA CÔRTES
“O passado depende de algumas memórias privilegiadas, preso por um pequeno elo sempre a romper-se. Não é possível deixar-se rebentar a frágil ligação e perder-se o legado de nossos antepassados, aquilo que foi construído ao longo de muitas vidas, lutas e privações. ” Maria Francisca Silveira Caldas (35)
novos ou velhos
à espera apenas de um olhar que os liberte.
Assim eles podem cumprir o destino de ser compartilhados.
Eduardo Muylaert, mestre fotógrafo,
escritor e advogado, em O Espírito dos Lugares (2003)
“O que não se compartilha, se perde…” Rafael Greca de Macedo - Curitiba - Luz dos Pinhais 2016
Pedro Siqueira Cortes, em 12 de abril de 1842, descobriu o vau que permitia a passagem de tropas que igualmente, servia como ponto de embarque e desembarque aos que utilizavam-se do transito fluvial. |
- 1812 - nascimento em Curitiba. Batizado na Capela do Tamanduá em 08/12/1812;
- 1827 - participa da segunda distribuição de terras por sesmarias em Guarapuava. Os descendentes de Bento Siqueira Cortes recebem terras em Guarapuava (atual Município de Pinhão - PR);
- 1839 - Expedição aos Campos de Palmas
- 1842 - 27/09/1842 - Casamento com Gertrudes Balbina da Glória possivelmente em Guarapuava;
- 1842 - descoberta do vau do Iguaçu
- 1848 - posse das terras em Guarapuava (???)
- 1882 - morte
Capela do Tamanduá, atualmente faz parte do Município de Balsa Nova - PR |
Bela tela de Artur Nísio sobre uma procissão no Tamanduá. |
No início do século XIX havia uma preocupação muito grande do governo imperial do Brasil em ocupar e definir as fronteiras no Sul. Os conflitos com indígenas e possíveis disputas territoriais com Argentina e Paraguai motivaram a expansão territorial com ocupação efetiva, principalmente no oeste da região sul.
Campos de Palmas - PR atualmente |
Segundo Bandeira in Mendes, no ano de 1836, parte de Palmeira a primeira expedição chefiada pelo Padre Ponciano José de Araújo e por José Joaquim de Almeida, distinguido, mais tarde, com o posto de Coronel da Guarda Nacional. Dela recusou fazer parte Pedro de Siqueira Côrtes, por julgar impraticável a entrada 'por cima'. 'Vocês não atravessarão essas Serras' - dizia o experimentado bandeirante. E com essa opinião concordava outro não menos ponderado e destemido, amigo que era de Pedro de Siqueira Côrtes - Domingo Inácio de Araújo. E assim aconteceu A bandeira de padre Ponciano e José de Almeida não conseguiu atingir os afamados campos. (20).
Primeiramente, temos a sociedade capitaneada por José Ferreira dos Santos e pelo padre José Ponciano de Araújo, que permitia o ingresso e a conquista de Palmas somente por cidadãos com condições de arcar com as cláusulas dispostas na ata. (25)
Definir como necessário ser cidadão num documento do século XIX já era por si só uma característica que excluía ou limitava a participação de escravos, índios, libertos e mulheres. Mas nesse caso ser cidadão significava mais: ter posses suficientes para arcar com as obrigações dispostas no acordo. Obrigações essas que eram muitas. A ambição central desse grupo era: a aquisição e o cultivo das novas terras por todos os participantes da expedição. (25)
Sociedade particular de José Ferreira e Pe Ponciano |
O segundo grupo, comandado por Pedro Siqueira Cortes, era mais heterogêneo do ponto de vista social e, possivelmente, do ponto de vista econômico do que o anterior. Isto em virtude da existência de diversas assinaturas a rogo, ou seja, havia integrantes desse grupo que não sabiam escrever, ao contrário do compromisso anterior. No século XIX, havia uma diferença econômica significativa entre quem era educado formalmente e aprendeu as primeiras letras e aqueles que não tiveram acesso à alfabetização.
Acta do grupo de Pedro Siqueira Cortes |
Assim, provavelmente na companhia de Cortes nem todos vinham do mesmo grupo social. Além disso, diferentemente da primeira sociedade, esta não possuía sócios e sim comandados, pois eles eram chefiados por Cortes e pretendentes ao povoamento dos campos de Palmas, como aparece no título da ata. Os membros do segundo grupo declaravam se submeter às ordens e às direções de Cortes. Esta autoridade que Cortes impunha aos participantes da sua expedição evidencia que estes não tinham tanto poder para questioná-lo e nem condições econômicas para serem vistos por este como iguais, como sócios. Estes indivíduos deveriam ser menos favorecidos que Cortes para aceitar seus mandos e desmandos e, talvez, devido a essa situação economicamente desfavorável não tenham participado da outra expedição, a princípio um pouco mais “democrática”, porém mais dispendiosa. Assim, talvez a lógica fosse: mais vale alguma terra usufruída, do que terra alguma.
A intenção de Cortes era que seus comandados realmente se estabelecessem nas terras e as tornassem produtivas. Mas, em caso de necessidade de venda, esses povoadores não tinham a possibilidade de vender a mais ninguém que não fosse Cortes. Ele dava as terras a serem povoadas aos seus “comandados”, mas não como um bem inalienável, de propriedade irrestrita visto que eles não poderiam realizar operações de compra e venda ou doação e o não cumprimento de uma das cláusulas levaria à perda das mesmas.(25)
O encontro das duas Bandeiras de descobridores ocorreu no lugar denominado Abarracamento, quando uma das Bandeiras descia o Rio Chopim. O encontro foi inesperado e os chefes, inconformados, cada um pretendia para si, a região desbravada.
Os dois grupos levaram gado, cerca de 30 cabeças cada participante, segundo as normas das sociedades criadas, e a chegada ao mesmo lugar exaltou os ânimos, parecendo iminente uma decisão pela força, nos meses seguintes.
Depois de muita discussão entre as duas partes não se chegando a um acordo, e já tomando caráter de um confronto armado, nesse momento o padre Ponciano José de Araújo, que fazia parte de uma das expedições, interveio na discussão dos contendores, acalmando os ânimos já bem exaltados, apresentando uma solução pacífica para o caso, e que não traria prejuízo a nenhuma das partes.
A situação acabou resolvida pacificamente quando os litigantes aceitaram a ideia do Padre Ponciano, de resolve a pendência pela arbitragem. (13)
A proposta do padre Ponciano foi de que uma das expedições ficasse com o domínio do Rio Caldeiras para o Nascente (leste), e a outra com o domínio partindo do mesmo rio para o lado do Poente (oeste), localização dos campos de Palmas de Baixo, atual Clevelândia.
E foi assim que os Campos de Palmas se dividiram em duas partes distintas, mas no conjunto geral são considerados um só Campo.Os campos de Palmas de baixo foram ocupados por fazendas constuídas pelos pioneiros descobridores: a Fazenda São Pedro, do Capitão Manoel Paulo de Siqueira, a Fazenda da Ronda Grande, de Manoel Felix de Siqueira, a Fazenda da Lagoa, de Pedro de Siqueira Cortes, onde as casas eram feitas de pedras com argamassa, e estão situadas no hoje município de Mangueirinha; ainda a Fazenda Trindade, hoje pertencendo ao município de Clevelândia, construída por Pedro Ribeiro de Souza, mais a Fazenda São José, de propriedade de Anibal Wirmond, Fazenda Pitanga, de Francisco Antonio de Araújo, e Fazenda do Cruzeiro, de Brasileiro de Araújo Pimpão.
A sabedoria, a ponderância e o espírito pacificador de Padre Ponciano fizeram com que deixasse a disputa pela primazia da descoberta dos Campos de Palmas, ficando esta com o bandeirante curitibano Pedro de Siqueira Cortes.
ARBITRAMENTO DA QUESTÃO DE PALMAS
https://www.portalmeigaterra.com/nossa-historia-parte1
A DESCOBERTA DO VAU DO IGUAÇU
o transporte por Guarapuava era muito dispendioso em virtude da extensão e do acidentado caminho, em face destas circunstâncias, deliberaram os fazendeiros de Palmas abrir uma estrada que os pusesse em comunicação direta com os mercados de sal. (REISEMBERG; 1980:40)
... o Iguaçu em vau, oito léguas acima do porto de embarque, partiu a 12 de abril.de 1842 com sete pessoas, e seguindo rumo nordeste chegou â freguesia da Palmeira, nos referidos Campos Gerais, no dia 07 de maio de 1842, varando, vinte léguas de sertão desde o referido rio, em cujas diligencias encontrou diferentes vestígios de selvagens (MARTINE, 1902:139)
... março de 1846, fazer outra exploração as expensas suas., que partindo dePalmas mais ao sul, fosse encontrar o Iguaçu naquele passo de vau, no que foram igualmente felizes, achando melhor e mais curta vereda, com a distância so mente de perto de onze léguas, de sorte que aquele vau no Iguaçu, ao passo que serve para animais de carga ou sem ela, serve igualmente de porto de embarque e desembarque aos que preferem o trãnsito fluvial• para a condução de suas cargas, e por isso o denominam ' de PortoUnião. (Id.Ibid. : 180).
a melhor maneira para os fazendeiros de Palmas receberem o sal para o gado, do Porto de Paranaguá... A grande vantagem era que de Palmeira até União com freqüência esse sal e as mercadorias de menor vulto, desciam de canoas pelo rio Iguaçu. 0 gado vindo de Palmas, por sua vez, atravessava o rio Iguaçu no vau da União. A distância entre Palmas e Palmeira por este caminho era 32 léguas e via Guarapuava chegava a 60. (WACHOWICZ, 1985: 59) .
os palmenses eram obrigados a fazer cerca de 28 léguas a mais, em detrimento de sua própria economia. As mercadorias via Guarapuava chegavam a preços excessivamente altos. Por sua vez, o gado exportado porPalmas não chegava gordo aos mercados da capital e litoral. A maioria vendiaas rezes em Guarapuava ou nos Campos Gerais, para invernagem que as engordava para revenda. (REISEMBERG, 1980:60).
as vias de comunicação deste municipio são péssimas. Não hã uma via de comunicação que possa ser denominada estrada. Os caminhos que existem... influem para a marcha lenta das transações do comércioAbrir uma estrada de rodagem do Porto da União à Palmas é uma das mais imperiosas necessidades ... de Porto da União diretamente com Guarapuava rasgando ou abrin_do da margem direita do Iguaçu o que sera fácil sob o ponto de vista econômico pela sua pouca extensão, já que pelas condições e natureza de solo ... Desenvolver-se o comércio nessa zona bem importante do município, e conquanto essa comercialização tenha ãe ser aberta nomunicipio de Palmeira... aberta a estrada da vila de Palmas a Guarapuava em condições de rodagem evitando-se penoso trajeto que se faz atualmente, que tanto concorre para as poucas transações entre os dois municípios. Outra necessidade que tem essa Câmara a distinta honra de chamar a atenção de V.Excia. é para a abertura de uma estrada que ponha com rapidez em comunicação este município com a província do Rio Grande do Sul, visto as dificuldades que apresentam o caminho aberto em sertão em que as serras cobertas de pedras e outros obstáculos terríveis ao comércio, que nasestações chuvosas ficam completamente paralizadas.(ARQUIVO, 1882-94:24)
Em outro relatório da Câmara Municipal de Palmas, de 25 de agosto de 1884, em cumprimento â circular de 26 de fevereiro de 1883, remetido ao Presidente da Província, Luiz Alves Leite, constata-se que a situação das estradas no município continuam péssimas e esquecidas pelas autoridades provincia, haja vista o fato de que
as estradas que cortam o município carecem de maiores recursos. SÓ tem se podido melhorar alguns trechos pela verba especial dos direitos sobre a exportação de animais do município, como seja, o concerto sobre a serra do rio Jangada na estrada de União da Vitória a esta vila e pontilhões em diferentes arroios da estrada Geral para o Rio Grande do Sul. Essa via uma das mais importantes que passam por este município acha-se no presente em péssimo estado, sendo de notar que a mais de 2 anos não tem recebido nenhum benefício dos cofres da Província, essa estrada que aflue maior parte do comércio para a feira de Sorocaba, e por isso de grande rendimento ao tesouro... com o auxílio de 4 :000$000.ela ficará em estado regular para o trânsito de animais soltos e carregados desde o rio Iguaçu até o Goio-en. . . .(ARQUIVO, 1882-94:34-5)
No relatório de 31 de dezembro de 1886, enviado ao Presidente da Província, Joaquim A. Faria Sobrinho e â Assembleda Provincial do Paraná, relata-se o seguinte sobre as estradas do município:
As estradas comerciais que cortam este município, e mais benefício precisão sãoas seguinte: A que liga esta província com a do Rio Grande do Sul, passando pelo sertão do Goio-ên, e por onde aflue o comércio de bestas para a feira de Sorocaba. ...a muitos anos que não recebe benefício algum, e porque os comerciantes que são onerados de direitos clamam, e parece que com razão, sobre o péssimo estado em que ela se acha, e ainda pior fica no inverno. A que comunica esta província com a de Santa Catarina pelo rio do Peixe e São João, nunca receberam favor algum dos cofres públicos, no entanto que são elas que de importância comercial tal, que não se pode prescindir' de melhorâ-la. . . .A que liga este municí_ pio com o territoio da nova Província de Missões do estado Argentino e passa pelo Campo -êre. ...se acha quase fechada, além de conter nela não poucos estancieiros que jã^exportam crescido número de diferentes animais ... (Id.Ibid. :44-5).
Em outro relatório da Câmara Municipal de Palmas, de 07 de janeiro de 1888, ao Presidente da Província, José de Cezario Miranda Ribeiro, também é feito relato sobre a situação das estradas no município de Palmas.
As que cortam o território deste município, estão a muito sem receber algum benefício, a estrada Geral que corta o município indo para o Rio Grande do Sul onde o comércio aflui com interrupção achasse necessitada de benefícios, tanto que com gusta razão clamam os tropeiros que ali passam constantemente, e que concorrem com o tributo que lhes é imposto e sentem falta de melhoramentos na dita estrada, no sertão do Goio-en e na restinga do Iguaçu. ... a atual estrada que vai desta, a Campos Novos em Santa Cutarina, que dista apenas 24 léguas, porém encontra-se aquém do rio do Peixe uma zona de 6 a 8 léguas que é tao mau caminho que o viajeiro bem prevenido levará pelo menos 2 dias para com dificuldades transpo-los, ... que desde aberto o pique, para nele se estabelecer a estrada, foi completamente abandonada, não tendo até hoje recebido dos poderes públicos algum benefício. A estrada geral que vai desta Vila a União da Vitoria, conquanto que ali exista uma comissão pa ra reconstruir a dita estrada, todavia, não deixa de haver constantes necessidades de reparos. ... a que liga esta vila com o povoado do Campo-ere na fronteira Ar g entina conserva-se continuamente em péssimo estado, sendo que nenhum benefício, tem sido ministrado pelos poderes públicos. (ARQUIVO, 1882-94:49-50)
Em 1889, com o fim do Império e nascimento da República, nada mudou em relação às condições das estradas que se dirigia a Palmas. Continuaram calamitosas, tal como se pôde constatar no ofício da Intendencia Municipal de Palmas, de 30 de maio de 1890, enviado ao governador Américo Lobo Leite Pereira, pelo presidente da intendencia, José Joaquim Balhs.
A indústria pastoril. principal- fonte de riqueza deste município, se não tem chegado a um desenvolvimento completo é devido a falta de bons reprodutores, boas estradas faltam. A falta de boas estradas tem trazido desânimo aos criadores que além das grandes dificuldades com que lutam para transportar o gado, este chega ao mercado em mau' estado de sorte que não pode alcançar preço que remunere o trabalho. 0 número de criadores é de 72, e o número de cabeças de gado atinge 70.000 mais ou menos. 0 gado para exportação custa de 18$000 â 22. $000 e o de criar 10$000 a 12$000,não posso precisar a raça do gado porque a existente é a mesma que foi introduzida pelos primitivos povoadores deste município. (ARQUIVO, 1882-94: 58).'
Assim sendo, as duas questões territoriais que envolveram a região dos Campos de Palmas: a "Questão de Palmas", entre o Brasil e a Argentina e a "Questão de limites entre o Paraná e Santa Catarina" refletiram negativamente desmotivando as autoridades provinciais paranaenses a investirem mais recursos dos cofres públicos da Província do Paraná, e mais tarde do Estado, no desenvolvimento da infraestrutura de comunicação no município de Palmas. Diante do risco de perder o território para a Argentina e depois -para Santa Catarina, inibiu as autoridades provinciais a aplicarem mais recursos na região em litígio
Ao ganhar o litígio com a república Argentina, o município de Palmas e o Paraná garantiram a integridade de seus territórios, porém com o acordo feito com Santa Catarina o Estado do Paraná perdia aproximadamente 28.000 km2. Se os governos Provincial e Estadual tivessem investido recursos para o desenvolvimento das vias de comunicação nessa região, após 1916, eles seriam incorporados pelo Estado de Santa Catarina, ou talvez, o Paraná, com isso, não houvesse perdido a questão.
Diante do quadro geral apresentado anteriormente sobre o comércio na região dos Campos de Palmas acrescenta-se o seguinte. Na segunda metade do século XIX, as atividades econômicas geradoras de riqueza no Paraná e na região dos Campos de Palmas, eram o criatõrio, o comércio e invernagem de gado, incluindo também a extração e comércio de'erva mate.
O gado criado na região dos Campos de Palmas era comercializado, principalmente, em Palmeira, Guarapuava, Ponta Grossa e Curitiba. Assim, os animais dos Campos de Palmas iam aumentar os rebanhos nessas regiões, que, após engorde eram revendidos no litoral e na feira de Sorocaba. São essas as notícias sobre o. comércio do gado encontradas na literatura que aborda o comércio de gado de Palmas. Observa-se que falam da exportação de animais e erva mate para fora do município, mais nada trazem sobre as quantidades exportadas, e nem estudam a importância relativa desses produtos regionais na receita do município de Palmas.
Portanto, procurou-se preencher essa lacuna, buscando novos informes sobre o comércio do gado e da erva mate, do município de Palmas através de pesquisa complementar em fonte primária.
Optou-se pela análise do Balanço de receitas e despesas do município, no período 1879-85, o único dessa natureza localizado no arquivo da prefeitura municipal de Palmas.
Nesse livro registraram-se todas as receitas e despesas do município, incluindo as receitas sobre exportação de gado e erva mate para fora do município, no entanto, esses registros não traziam o nome dos exportadores, as quantias declaradas e nem o destino das mercadorias.
Diante desse quadro, para se obter o número de animais e das arrobas de erva mate exportadas, foi necessário consultar outra fonte convergente, sobre o valor do imposto cobrado por animal e arroba exportados.
Acerca dessa questão, o código de postura municipal da vila de Palmas, em 1879 determinava
em seu capítulo 1º - da venda, § 11, que sevá cobrado o imposto de $050 sobve cada cabeça de animal vacum, muar e cavalar que for exportado para fora do municipio. E, no 12, o imposto de $040 por cada 15 kg de erva mate exportada para fora do município. (ARQUIVO-, 1879-85: 4)
Assim, para os anos de 1879 a 1882, dividindo o valor das receitas sobre animais e erva mate, pelas taxas cobradas de imposto, obteve-se as quantidades exportadas de cada produto.
De 1883 a 1885, o código de postura sofreu alterações quanto ao valor desses impostos, passando determinar
em seu artigo 1º - impostos municipais, no §21 - imposto sobre cabeça de animal exportado a importância de $100, e no §22 - imposto sobre cada 15 kg de erva mate exportada para fora do município $080. (ARQUIVO , 1879-8 5:91)
Adotado o mesmo procedimento anterior, obteve-se as quantidades exportadas, tornando possível a construção do quadro n9 18, onde é possível verificar o número de animais e arrobas de erva mate exportadas, como também, a participação relativade cada uma dessas atividades econômicas, na receita total do município, ano a ano, e para todo o período de 1879 a 1885.
Analisando constata-se no quadro nÇ 18 , que de 1879 a 1885, foram exportados 2.091 animais, que geraram uma receita de 1:545$600, ou 11,84% da receita total do município. Foram exportadas 1.277 arrobas de erva mate, que geraram 652$140, ou 5,00% da receita total do município.
Mendes (20) conclui que No ativo semoventes animais, encontra-se a forma específica de bem, mais freqüente no conjunto das fortunas, isto é, o tipo de riqueza mais comum era a propriedade de animais bovinos , equinos, muarés, ovinos e suínos. Observa-se no conjunto do ativo semoventes animais, que os da especie equina são os que aparecem com mais freqüência, seguidos pelos bovinos, muarés, ovinos e suínos, portanto, a criação de animais cavalares era mais importante na economia dos Campos de Palmas, do que a de bovinos e muarés.
Sr Sebastião em publicação da Revista do Produtos do Paraná - Ano VIII - Nº 43 - Junho /Julho - 2014. Disponível em: https://issuu.com/seletivainternet/docs/srg_rev_prod_rural_43_web
Livros do Sr. Sebastião que mais contribuíram para a minha pesquisa genealógica.
Jesuíno de Siqueira Côrtes (grafado como Josino) e seus descendentes -
Livro Guarapuava, nossa gente e suas origens, de Sebastião Meira Martins.
Gráfico MyHeritage de ascendência paterna da Vovó Anina.
Terras de Bento Siqueira Cortes. Letra "G" seriam as terras de Pedro Siqueira Cortes seu filho onde fica o marco régio (Murilo Teixeira - Marco Regio). |
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