Padre Ponciano José de Araújo
Padre Ponciano José de Araújo
Orientação e Revisão geral: Marli Lopes de Araújo*
Padre Ponciano José de Araújo
“O passado depende de algumas memórias privilegiadas, preso por um pequeno elo sempre a romper-se. Não é possível deixar-se rebentar a frágil ligação e perder-se o legado de nossos antepassados, aquilo que foi construído ao longo de muitas vidas, lutas e privações. ”
Maria Francisca Silveira Caldas (35)
Com o tempo de pesquisa genealógica, as provas foram aparecendo aos poucos, na internet, nos sites de genealogia, nos livros de história. Os relatos confirmavam as histórias tão repetidas na tradição familiar e acrescentavam outros fatos. Como Ponciano viveu entre 1800 a 1854 não há fotos conhecidas dele, porém outros registros são possíveis.
Abaixo a certidão de batismo em 1801, extraída do site de genealogia Family Search, oriunda dos arquivos da Catedral de N.S. da Luz dos Pinhais de Curitiba, à qual a Capela do Tamanduá era subordinada.
Certidão de batismo de Poncianno em 08/02/1801 na Capella do Tamanduá (antigamente Curitiba, atualmente Balsa Nova - PR) |
Transcrição abaixo:
"Poncianno - Aos oito dias do mes de Fevereiro de mil oito centos e hum, na Capella do Tamanduá, de minha licença, baptizou, e pos os Santos Oleos o Reverendo Frei Jose dos Santos pinheiro a Poncianno innocente, filho de pais incognitos, exposto sem cédula em casa do Tenente Manuel Elias de Araújo. Forão Padrinhos João, Maria Sobreiros, filhos de Francisco dos Santos Belem, todos fregueses desta Paroquia. Do que para constar fiz este assento pelo que me foi remettido. - O Vigº intirino Francisco de Linhares"
Abaixo parte da assinatura de Ponciano registrado em livro da Capela N.S. Conceição do Tamanduá, construída de 1709 a 1730 por padres carmelitas.
Assinatura de Ponciano |
Assinatura de Ponciano |
Quando criança, apesar de pensar na aparente contradição de um padre ser pai de tão numerosa prole, nunca tive coragem de perguntar, seria muita heresia de minha parte... Muito tempo depois, procurando saber mais a respeito, começando pelas lembranças familiares, buscas na internet, sites de genealogia e livros de historiadores paranistas, acabei descobrindo uma vivência fantástica cheia de fortes emoções e que se confunde com parte da História do Paraná. Uma vida de muitas obras sem perder a dimensão da fé e do que é eterno.
CRONOLOGIA
A seguir um resumo cronológico da curta mas intensa e abençoada vida do Padre Ponciano.
Cronologia estimada |
NO TAMANDUÁ (pertencente à Curitiba na época)
Segue registro de batismo de Elias Manoel (ou Manoel Elias de Araújo), confirmando a narrativa de Sebastião M Martins. Segundo um genealogista experiente essas variações de nomes são comuns em registros antigos: "Era uma outra época, não havia uma obrigatoriedade de manter nomes, o mundo era mais “livre” neste aspecto. As pessoas nem recebiam um “sobrenome” no batismo: “Eram filhos de”.. Os vínculos é que determinam quem era a pessoa na genealogia. Ao construir a Genealogia, você vai perceber que este conceito de nomes estáticos é algo da nossa cultura atual. Há casos que não só aconteciam “variações”, mas mesmo mudança no nome... tem de tudo..."
Batizado de Elias, pai de Pe. Ponciano. |
O nascimento é relatado como sendo na região do Tamanduá ou Tauá, na época pertencente à Curitiba, que teria ocorrido entre 1800 e 1801. Não se sabe ao certo a data, visto que ainda bebê foi "exposto em casa" (entregue em adoção) ao casal Manoel Elias de Araújo e Clara Magdalena dos Santos, que até então não tinham filhos e permaneceu como único filho do casal.
Imagem mais antiga que localizei da Capela do Tamanduá. |
A Capela de N. S. da Conceição do Tamanduá era o centro da localidade que contava com diversas construções entre eclesiásticas e residênciais, uma verdadeira vila. Nessa capela possivelmente Ponciano tenha sido batizado. Auge do Tamanduá (Tauá) no séc. XVIII e início do séc. XIX até 1830 quando a capela (freguesia) foi transferida para Santa Quitéria, atual Palmeira.
O pintor Jean-Bapriste Debret da Missão Artística Francesa passou pela região do Tamanduá em 1827, quando registrou a aquarela abaixo.
Fazenda dos Carlos, região do Tamanduá. Aquarela de Jean-Baptiste Debret de 1827 |
A pia batismal da Capela do Tamanduá esculpida em granito em estilo próprio da época colonial. Possivelmente nela tenha sido batizado Ponciano em 8 de fevereiro de 1801 e seu filho Pedro Alexandrino de Araújo, filho de Alexandrina Mafalda Rosa, batizado no Tamanduá. (10)
Pia batismal da Capela do Tamanduá |
Sebastião Meira Martins em seu livro sobre o Padre Ponciano e a professora Gracita Gruber Marcondes na Revista Monjolo relatam que Ponciano era presbítero secular com ordens de missa, que não faz os votos monásticos e vive no século (no mundo). Mas, de qualquer forma, ficou conhecido por todos (familiares, escritores e genealogistas) como Padre Ponciano.
Por sua fama de pacificador dizem que o personagem Pe. Pompeo do livro ficcional de Davi Carneiro "O Drama da Fazenda Fortaleza" (4) teria sido inspirado nele.
Na juventude Ponciano teve um filho com Alexandrina Mafalda Rosa, Pedro Alexandrino de Araújo, no Tamanduá, possivelmente entre 1825 e 1832, período em que viveu nessa região. Gracita Gruber Marcondes (10) afirma que Pedro Alexandrino nasceu e foi batizado na Capela de N. S. Conceição do Tamanduá.
Elias faleceu em 10 de maio de 1829, aos 65 anos. Nessa época Ponciano era o vigário do Tamanduá e teve que lavrar a certidão de óbito de seu próprio pai. Os registros eram feitos todos pela igreja.
Livro da Paróquia de N.S. Conceição de Palmeira - PR |
Detalhe do termo de óbito de Manoel Elias de Araújo. |
ATESTADO DE ÓBITO DO CEL. MANOEL ELIAS DE ARAUJO (9)
(pai adotivo do Vig. Ponciano)
Registrado na página 195v do Livro de 1812 a 1863 da Paróquia de N. Sra. da Conceição, em Palmeira:
"Aos dez dias do mes de Maio de mil, oito centos, e vinte e nove, nesta Freguesia falesceo com os Sacramentos da Penitencia da Eucharistia e da Extrema Unção o Capitão Manoel Elias de Araujo de idade setenta e cinco annos (incompletos) casado com Dona Clara Magdalena dos Santos: com testamento : seo corpo foi envolto em habito preto, solennemente Recomendado, acompanhado, e sepultado nesta Matriz" .....
Vigario (Emminentísssimo) Ponciano José de Araujo'
Manuel Elias de Araújo foi um dos aquinhoados com terras na região de Guarapuava, cujo nome aparece no Rol de Paroquianos de 1825, elaborado pelo padre Francisco das Chagas Lima, com uma propriedade no "Local dos Anfíbios", identificado como o atual município de Candói, localizado entre os rios Campo Real, Jordão, Cavernoso e Iguaçú. No mapa abaixo está identificado como Campo Real ou Campo do Norte.(1)
Mapa da distribuição das sesmarias de Guarapuava por Padre Chagas. |
Os terrenos de Candoy foram concedidos pelo Governo ao tenente Manoel Elias de Araújo casado com Clara Magdalena dos Santos. As terras do município de Candói foram imemorialmente habitadas pelos índios votorões, um subgrupo da etnia kaingang que habitava a região compreendida entre os rios Cavernoso, Pinhão, Jordão e Iguaçu. Segundo o pesquisador José Carlos Veiga Lopes "o índio Candoy enfermou-se e foi batizado pelo padre Chagas com o nome de Hipólito no dia 13 de agosto de 1812, (o padre chamava-o pelo nome de Candoy)".
Guarapuava em 1821 - Aquarela de Jean Baptiste Debret |
Sebastião Meira Martins fez um importante trabalho de coletânea de informações sobre Ponciano (18). Não chegou a publicar, mas seu trabalho de grande valia permanece sob a guarda da Casa da Cultura de Guarapuava.
Assim, o padre Ponciano foi vigário da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá, hoje Balsa Nova, no período de 1825 a 1832.
Em 1832, Ponciano retorna retornado à Guarapuava. No período de 04 de março de 1832 até 24 de outubro de 1834 o padre assume a paróquia de Nossa Senhora do Belém de Guarapuava e sempre que necessário, era chamado pelo Cônego Braga para realizar alguns batizados e óbitos, cujos registros encontram-se nos arquivos da Catedral de Nossa Senhora do Belém, de acordo com Gracita Gruber Marcondes. (10)
Catedral N. S. Belém em Guarapuava, antigamente. (17) |
Seu pai havia falecido e precisava ajudar sua mãe com as terras do Candoy, recebidas por Sesmarias. Nessa época, ao herdar a Fazenda Candói, tornou-se pecuarista e tropeiro. Foi político influente e eleito Juiz de Paz em Guarapuava.
Nesse tempo a igreja católica ainda fazia os registros civis, não existindo o registro civil, que só veio com a Constituição Federal de 1891 estabelecendo o Estado laico.
Assim sendo, não poderia casar pelas normas da Igreja, passou a conviver até falecer com a viúva Dª Maria Ritta Brandina de Almeida (pertencente à família de Dª Maria Joaquina de Almeida, esposa de Pedro Aloys Scherer). Com ela teve mais dois filhos: João de Abreu e Araújo e Cândido José de Almeida e Araújo.(10)
Traz seus três filhos para junto de si e os educa e procura direcioná-los para que se interessem pelas terras (hoje Candói) que receberia por herança do capitão Manoel Elias Araújo, seu pai adotivo. (26)
Apesar de ser padre, Ponciano teve filhos, que os reconheceu: Pedro Alexandrino Penna de Araújo, João de Abreu e Araújo e Cândido José de Almeida e Araújo.
DESCOBERTA DOS CAMPOS DE PALMAS
Há um bom tempo, há mais de 10 anos com certeza, conversando com o meu primo Carlos Armando Lacerda (14) sobre o Padre Ponciano, ele me dizia algo mais ou menos assim: " ...Depois da conquista das terras do Candói o Padre Ponciano ainda foi explorar outras terras lá para os lados de Palmas... ele era bastante explorador e aventureiro...foi adiante de Guarapuava..." Muito tempo depois, lendo nas bibliotecas, verifiquei que registros bibliográficos comprovavam as afirmações do Carlos Armando.
Campos de Palmas - PR atualmente |
Segundo Bandeira in Mendes, no ano de 1836, parte de Palmeira a primeira expedição chefiada pelo Padre Ponciano José de Araújo e por José Joaquim de Almeida, distinguido, mais tarde, com o posto de Coronel da Guarda Nacional. Dela recusou fazer parte Pedro de Siqueira Côrtes, por julgar impraticável a entrada 'por cima'. 'Vocês não atravessarão essas Serras' - dizia o experimentado bandeirante. E com essa opinião concordava outro não menos ponderado e destemido, amigo que era de Pedro de Siqueira Côrtes - Domingo Inácio de Araújo. E assim aconteceu A bandeira de padre Ponciano e José de Almeida não conseguiu atingir os afamados campos. (20).
Com a sua existência, a celebração do sacrifício da missa é também aceite ao ar livre, passando o espaço sagrado a ser definido pelo ponto onde se coloca o altar, independentemente de estar dentro ou fora dos limites físicos do edifício religioso, “o altar é o marco, o centro, mas também o objetivo” (SALTEIRO, 2005, p. 41).Para a Igreja Católica o “altar portátil”, “altar móvel”, “altar viático” (MÁRQUES, 1868, p. 451-453), ou, ainda, “sede portátil de missa”, trata-se de um tipo alternativo de altar erigido fora do recinto sagrado dos templos: seja privado, ou particular, no recesso do lar; seja ao ar livre, em locais em que não é possível consagrar “altar fixo” ou “altar imóvel”; tendo de ser devidamente autorizado pela Santa Sé ou pelo respetivo ordinário, para funcionar como sede da liturgia eucarística. Resume-se, na essência, à pedra de Ara, ou pedra sagrada, que poderia existir independentemente, e ser apenas colocada sobre uma mesa, ou sobre um suporte adequado, durante a celebração litúrgica, ou, ainda, alternativamente, manter-se acoplada por inteiro a uma superfície e base de sustentação, que, ao assumir o aspeto de altar, forma um todo material, mas não moral, por não serem consagrados de acordo com os ritos prescritos pela Igreja, tal como teria de acontecer com o altar de tipo fixo, em que a mesa eucarística e respetiva base de apoio eram consagradas em ritual simultâneo, assumindo-se assim um só corpo – material e moral (CHAHON, 2008, p. 100-102).Durante os séculos 17-19, para se poderem celebrar missas e outra assistência religiosa através de altares portáteis, tinha de ser concedido um privilégio aos celebrantes, dado tratar-se de celebrações ao desabrigo dos templos e dos aposentos domésticos (casas e palácios episcopais), onde poderiam estar erigidos altares ou oratórios de culto privado, autorizados como “sedes da liturgia eucarística”. Designado por “privilégio de altar portátil”, era concedido em forma de indulto apostólico, emanado da Santa Sé, em Roma, ou da respetiva nunciatura. Tratava-se de um breve redigido em latim e dirigido pessoalmente aos favorecidos pelas graças pontifícias, neste caso, um “breve de altar portátil” que depois recebia a aprovação da Igreja local e o real beneplácito, para que entrasse em vigor na respetiva diocese (CHAHON, 2008, p. 102-104).Ao longo da história, encontram-se notícias da utilização deste instrumento litúrgico, em outros cenários de interesse, destacando-se, no panorama dos descobrimentos portugueses, no contexto das viagens marítimas, da missionação e evangelização operadas além-mar (Africa, Ásia, América, e, em particular, no Brasil). Neste contexto, o altar portátil aparece mencionado, na assistência religiosa, por exemplo: às populações que habitavam em ermos longínquos, sem locais de culto; aos doentes impossibilitados de se deslocarem; às pessoas deslocadas e em campanhas expedicionárias e militares, terrestre e marítimas, em diversos territórios e lugares onde, pelas suas características, e, sobretudo, pela ausência de templos religiosos, não podiam celebrar a preceito a eucaristia, sem ser com o recurso a um altar portátil devidamente consagrado por um Bispo (BOULENGER, 1949, p. 258- 264).
Primeiramente, temos a sociedade capitaneada por José Ferreira dos Santos e pelo padre José Ponciano de Araújo, que permitia o ingresso e a conquista de Palmas somente por cidadãos com condições de arcar com as cláusulas dispostas na ata. (25)
Definir como necessário ser cidadão num documento do século XIX já era por si só uma característica que excluía ou limitava a participação de escravos, índios, libertos e mulheres. Mas nesse caso ser cidadão significava mais: ter posses suficientes para arcar com as obrigações dispostas no acordo. Obrigações essas que eram muitas. A ambição central desse grupo era: a aquisição e o cultivo das novas terras por todos os participantes da expedição. (25)
Sociedade particular de José Ferreira e Pe Ponciano |
O segundo grupo, comandado por Pedro Siqueira Cortes, era mais heterogêneo do ponto de vista social e, possivelmente, do ponto de vista econômico do que o anterior. Isto em virtude da existência de diversas assinaturas a rogo, ou seja, havia integrantes desse grupo que não sabiam escrever, ao contrário do compromisso anterior. No século XIX, havia uma diferença econômica significativa entre quem era educado formalmente e aprendeu as primeiras letras e aqueles que não tiveram acesso à alfabetização.
Acta do grupo de Pedro Siqueira Cortes |
Assim, provavelmente na companhia de Cortes nem todos vinham do mesmo grupo social. Além disso, diferentemente da primeira sociedade, esta não possuía sócios e sim comandados, pois eles eram chefiados por Cortes e pretendentes ao povoamento dos campos de Palmas, como aparece no título da ata. Os membros do segundo grupo declaravam se submeter às ordens e às direções de Cortes. Esta autoridade que Cortes impunha aos participantes da sua expedição evidencia que estes não tinham tanto poder para questioná-lo e nem condições econômicas para serem vistos por este como iguais, como sócios. Estes indivíduos deveriam ser menos favorecidos que Cortes para aceitar seus mandos e desmandos e, talvez, devido a essa situação economicamente desfavorável não tenham participado da outra expedição, a princípio um pouco mais “democrática”, porém mais dispendiosa. Assim, talvez a lógica fosse: mais vale alguma terra usufruída, do que terra alguma.
A intenção de Cortes era que seus comandados realmente se estabelecessem nas terras e as tornassem produtivas. Mas, em caso de necessidade de venda, esses povoadores não tinham a possibilidade de vender a mais ninguém que não fosse Cortes. Ele dava as terras a serem povoadas aos seus “comandados”, mas não como um bem inalienável, de propriedade irrestrita visto que eles não poderiam realizar operações de compra e venda ou doação e o não cumprimento de uma das cláusulas levaria à perda das mesmas.(25)
O encontro das duas Bandeiras de descobridores ocorreu no lugar denominado Abarracamento, quando uma das Bandeiras descia o Rio Chopim. O encontro foi inesperado e os chefes, inconformados, cada um pretendia para si, a região desbravada.
Os dois grupos levaram gado, cerca de 30 cabeças cada participante, segundo as normas das sociedades criadas, e a chegada ao mesmo lugar exaltou os ânimos, parecendo iminente uma decisão pela força, nos meses seguintes.
Depois de muita discussão entre as duas partes não se chegando a um acordo, e já tomando caráter de um confronto armado, nesse momento o padre Ponciano José de Araújo, que fazia parte de uma das expedições, interveio na discussão dos contendores, acalmando os ânimos já bem exaltados, apresentando uma solução pacífica para o caso, e que não traria prejuízo a nenhuma das partes.
A situação acabou resolvida pacificamente quando os litigantes aceitaram a ideia do Padre Ponciano, de resolve a pendência pela arbitragem. (13)
A proposta do padre Ponciano foi de que uma das expedições ficasse com o domínio do Rio Caldeiras para o Nascente (leste), e a outra com o domínio partindo do mesmo rio para o lado do Poente (oeste), localização dos campos de Palmas de Baixo, atual Clevelândia. Até os dias atuais há um distrito da cidade de Palmas-PR a leste do Rio Caldeira com o nome de Padre Ponciano.
Mun. de Palmas. Rio Caldeiras (azul). A direita o distrito de Pe Ponciano (verde) (25) |
Os campos de Palmas de baixo foram ocupados por fazendas constuídas pelos pioneiros descobridores: a Fazenda São Pedro, do Capitão Manoel Paulo de Siqueira, a Fazenda da Ronda Grande, de Manoel Felix de Siqueira, a Fazenda da Lagoa, de Pedro de Siqueira Cortes, onde as casas eram feitas de pedras com argamassa, e estão situadas no hoje município de Mangueirinha; ainda a Fazenda Trindade, hoje pertencendo ao município de Clevelândia, construída por Pedro Ribeiro de Souza, mais a Fazenda São José, de propriedade de Anibal Wirmond, Fazenda Pitanga, de Francisco Antonio de Araújo, e Fazenda do Cruzeiro, de Brasileiro de Araújo Pimpão.
A sabedoria, a ponderância e o espírito pacificador de Padre Ponciano fizeram com que deixasse a disputa pela primazia da descoberta dos Campos de Palmas, ficando esta com o bandeirante curitibano Pedro de Siqueira Cortes.
ALFORRIA E BATIZADO DOS ESCRAVOS DE CLARA MAGDALENA DOS SANTOS - (1831-1848)
Em uma postagem, inspirado no dia 13 de maio dia da “abolição” da escravatura, fala um pouco sobre os escravos que existiram na região de São Mateus do Sul que evoluiu administrativamente de São João do Triunfo, de Palmeira, e também de parte da Lapa. Todas estas localidades são bem antigas e remontam ao Brasil Império em uma época anterior à abolição da escravatura.
Muitas das primeiras famílias da região de Palmeira foram proprietários de escravos.
Escravos descansando na casa de um senhor, no caminho para outra fazenda, 1830, por Rugendas. |
Naquele tempo a riqueza de um homem era avaliada pelo número de escravos e pela quantidade de terra que ele possuía. A maioria da população que originalmente se instalou em São Mateus se compunha de “homens livres”, que dada sua pobreza eram apenas lavradores que não possuíam terras e muito menos ainda escravos. Muitos aliás, eram escravos alforriados que se tornaram mão de obra fácil e barata para o extrativismo da erva-mate, na qualidade de agregados em uma situação que em nada diferia da sua antiga condição.
Cita o artigo de Novacki (24) referente à sua dissertação de mestrado:" Como se liberto nascesse de ventre livre": escravos libertos na Freguesia de Palmeira/PR (1831 a 1848).
Novacki (24) destaca-se a alforria de escravos por Clara Magdalena dos Santos com o auxílio do seu filho padre Ponciano José de Araújo em 1848, portanto 40 anos antes da Lei Áurea.
O historiador Luís Henrique Novacki (24) cita um caso de alforria coletiva que lhe chamou muito a atenção com alforria coletiva de 12 escravos em uma única carta. No entanto, na leitura de todas as cartas de alforria contidas nos Livros de Notas do Escrivão de Paz de Palmeira/PR, para o período abordado, encontramos apenas um caso, ocorrido exatamente no ano de 1848. Neste documento, a senhora Clara Magdalena dos Santos concede gratuitamente a liberdade à doze escravos que a ela pertenciam, porém com a condição de que estes deveriam acompanhá-la até a sua morte (grifo nosso).
O autor (24) pode constatar que houve uma certa confusão quanto ao início deste documento, pois no Livro de Notas, o mesmo inicia contendo o nome de alguns escravos e excetuando o de outros, de uma forma tão confusa para o escrivão que num determinado momento o mesmo decide reiniciar a escritura, colocando a expressão “sem efeito”. Na transcrição apresentada na íntegra nesta análise, esta parte não foi incluída. Esta confusão durante a redação da escritura, mostra-nos que a senhora Clara Magdalena dos Santos possuía um número total de escravos maior do que aqueles que estavam sendo libertos, ou seja, esta senhora estava entre os senhores que mais possuíam escravos em Palmeira. Mas vamos então ao que nos revela a fonte primária:
"Escriptura de liberdade que fas Dona Clara Magdalena dos Santos a seos escravos, e escravas, de nomes Joaquina mullata, com suas fi lhas Sezarina e Quitéria, alem destas Claudina e sua fi lha Maria da Glória, assim Ilena, Maria Eufrazia, Rita, Benedita e sua fi lha Maria, Bento e Adão como abaixo se declara. Saibão quantos este publico instrumento de escriptura de liberdade virem que sendo no anno do nassimento de nosso Senhor Jesus Cristo demil oito centos e quarenta e oito, aos vinte e sete dias do mês de setembro do dito anno nesta paragem denuminado Pugas destrito da freguezia da Palmeira, Termo da cidade de Coritiba, quinta comarca da Província de São Paulo; nas casas de residecia de Donna Clara Magdalena dos Santos, onde fui vindo eu Escrivão de Paz e Nottas ao diante nomeado e sendo ahi presente Donna Clara Magdalena dos Santos, aqual reconheço pella própria e dou fé, e por ella me foi dito perante as testemunhas abaixo nomeadas e asignadas, que héra Senhora elegítima possuidora de humas escravas mullatas e pretas, e bem assim hum escravo de nassão, e hum mullato, de nomes, Joaquina, Quitéria, Sezarina, Claudina, Maria da Glória, Ilena, Maria Eufrázia, Rita, Benedita e Maria fi lha, Bento de nassão e Adão mulato. Cujos escravos já mencionados muito de sua livre vontade e sem constrangimento algum Vinha por esta lhes seder a liberdade perpétua em geral atodos pellos bons servissos eumildades com que athé o presente lhe tenhão servido, sem onos de pagamentos alguns por isso que de hora em diante poderão possuir e desfrutarem do gozo de liberdade como cousa q’ focem nassidos de ventres livres, e sede alisi (?) todo senhorio Jus e duminio que tinha em ditos escravos; Só sim com a condição de servirem aoltorganta Donna Clara Magdalena dos Santos, durante sua vida, como athé aqui tenhão servido e por fallecimento delia poderão cada hum tratarem de suas vida como libertos que fi cão sendo, Cujas liberdades lhes da já pello amor de Deos, e da criação que lhes tem dado ebao (?) serviços que delles têm tido, e por isso pede a todas as Justissas Imperial que haja de cuprir e guardar esta Escriptura de liberdades em juiso aufóra (?) delles, não revogando enem reclamando emtempo algum; alguem que possa seabilitar por erdeiro por morte sua, Só sim lhe fi cando odireito para si somentes de revogar e reclamar contra qualquer dos libertos que lhidem causa, alias disso sempre sera fi rme e valioza. E decomo assim o disse aoltorgante me pedio este Instrumento que sendo-lhes lido por achar conforme asignou por ella a seo rogo por não saber escrever, o Capitão Francisco de Paula Faria, com as testemunhas Antonio Jozé de Lima, Manoel Onório de Siqueira, e Joaquim Ivo de Andrade; todos demim reconhecidos e dou fé. E Eu Jozé Bernardes Ribeiro e Silva, escrivão que o escrevi."
No ano de 1848 eles ainda não residiam em São Mateus, mas sim no quarteirão do Ferrador em Palmeira. Antonio. casado com Senhorinha Maria de Araújo. Francisco, amasiado com Escolástica Francisca de França, separada de Feliciano Francisco de Abreu. Há mais um detalhe que liga os dois com a senhora Clara Magdalena dos Santos do documento supra citado. Escolástica e Senhorinha eram filhas de Flora Maria dos Santos, que fora escrava de Clara Magdalena dos Santos. Senhorinha e Escolástica, pioneiras na povoação de São Mateus e com ampla descendência na região, nasceram escravas na Fazenda Pugas de Manuel Elias de Araújo e Clara Magdalena dos Santos.
Não era muito comum na época ex-escravas casarem com os chamados “homens livres”. Francisco e Antonio, embora não fossem homens abastados, descendiam de famílias consideradas “tradicionais”. Francisco de Paula Faria descendia de uma família escravocrata, Estevão Jose Ferreira e Catharina Joana Paes (bisavós), Miguel de Almeida Pais e Maria Thereza Ferreira (avós) e Manoel José de Faria e Souza e Ana Maria de Almeida Paes (pais) possuíam grande plantéis de escravos. Antonio José de Lima Pacheco descendia de Joaquim Pinto de Magalhães e Antônia Barbosa da Silveira (bisavós- proprietários do rincão das Contendas, vizinho ao campo da Palmeira, de Manuel José de Araújo, fundador de Palmeira), Joaquim Pinto de Magalhães e Maria da Silva Chaves (avós) e Antonio Correia de Lima e Felícia Maria Barbosa (pais).
O tratamento da família de Manoel Elias de Araújo com seus escravos era tão especial que mereceu inclusive o registro do estudioso do tema conforme segue abaixo, e que fiz questão de grifar.
Havia algo diferente nas relações da família de Manoel Elias de Araújo e Clara Magdalena dos Santos com seus escravos. Esta questão é muito interessante e também foi observado por Luís Henrique Novacki em sua pesquisa, pois a alforria naqueles moldes era utilizada visando uma melhora no comportamento dos escravos e ao que parece pelos termos apontados no documento sugere-se que as relações entre os escravos e sua senhora Clara Magdalena era das melhores possíveis. (grifo nosso)(16)
Há também estudos que afirmam que os escravos que trabalhavam na “casa grande” recebiam um tratamento diferenciado (aqui é apenas uma hipótese). Também é interessante frisar que as relações entre Escolástica Francisca de França e Senhorinha Maria de Araújo com seus antigos senhores continuaram na forma do compadrio. Muitos dos filhos delas foram apadrinhados por membros da família Araújo da freguesia de Palmeira, mesmo depois de elas não estarem mais ligadas aos seus antigos proprietários. Um detalhe é que Manoel Elias e Clara Magdalena não tiveram filhos legítimos, apenas filhos adotados e um destes foi o Padre Ponciano José de Araújo.
Esta foi apenas uma das muitas características da escravidão, apenas um caso interessante, quase uma exceção. No geral a realidade do escravo era muito mais perversa, o que após a abolição não mudou, a mudança foi apenas na forma e não na essência.
O autora (16) reproduz adiante os assentos de Batismo dos filhos da escrava Flora Maria dos Santos e mais no final alguns documentos que encontrei sobre a escravidão em São Mateus do Sul e também um documentário sobre a escravidão nas antigas fazendas de Palmeira.
Filhos da escrava Flora Maria dos Santos:
- Ø Senhorinha Maria de Araújo, esposa de Antonio José de Lima Pacheco. Residiu em São Mateus na localidade do Emboque.
- Ø Escolástica Francisca de França, companheira de Francisco de Paula Faria. Residiu em São Mateus na localidade do Rio das Pedras (Rosas).
- Ø Ana (ainda não encontrei dados suficientes ).
- Ø Maria Rosa de Araújo, esposa de José Bento de Moraes Crispim. Residiu por algum tempo em São Mateus, alguns de seus descendentes residiram no Emboque.
- Ø Boaventura Ayres de Araújo, casado com Rufina dos Santos, residiu em Palmeira e temporariamente em Guarapuava.
- Ø Isaías (ainda não encontrei dados suficientes).
- Ø Barbara Serena dos Santos. Solteira, um de seus filhos residiu no Emboque.
- Ø Belarmino Ayres de Araújo, casado com a sua sobrinha Zeferina Maria de Araújo, filha de Antonio José e Senhorinha Maria. Residiu temporariamente em Guarapuava e depois no Emboque.
Batismo de Senhorinha Maria de Araújo. |
Batismo das gêmeas Ana e Maria Rosa de Araújo |
Batismo de Boaventura Ayres de Araújo.
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FALECIMENTO
Padre Ponciano faleceu em Guarapuava em 1854, com pouca idade, mas com uma história repleta de acontecimentos. Como os registros eclesiásticos são muito sucintos, não há registro do motivo do falecimento.
ATESTADO DE ÓBITO DO VIGÁRIO PONCIANO:
Óbito de Ponciano lavrado por Cônego Braga. |
Registrado na página 45 do Livro de 1822 a 1880 da Paróquia de N. Sra. de Belém, em Guarapuava:
'Aos quatorze dias no mes de Septembro do anno de mil oito centos e concoenta e quatro, faleceo da vida presente o Reverendo Ponciäno José de Araújo, Presbÿtero Secular deste Bispado da Freguesia da Palmeira. Recebeo na sua enfermidade os sacramentos da Penitencia, Sagrado Viático, e Extrema Uncção. Dessa Missa de corpo presente por sua alma, foi por mim recommendado, e seu corpo paramentado pela forma estabelecida pelo Ritual Romano, foi por mim e outros fieis acompanhado até o Cemiterio desta Villa de Guarapuava, onde jaz sepultado. Do que para constar faço este assento, que assigno.
Vigario Antonio Brága de Araújo.'
Sebastião Meira Martins (18) menciona que Padre Ponciano foi enterrado em Guarapuava em Cemitério que ficava localizado atrás da Igreja Matriz, entre a igreja e a Lagoa das Lágrimas. Tal cemitério não existe mais, pois o Cemitério Municipal encontra-se atualmente em outro local.
Localização do Cemitério de Guarapuava (1853) |
No dia 4 de outubro de 1855 (um ano após seu falecimento), Pedro Alexandre Penna, João de Abreu e Araújo e Cândido José de Almeida, cadastraram no lugar denominado Candoy, obtida por herança do padre Ponciano, uma sesmaria de campos de criar, logradouros e matos de lavrar, medindo duas léguas de comprimento e 1/4 de légua de fundo, dividindo ao sul pelo rio Jordão, ao norte pelo rio Cavernoso, a leste pelo ribeirão denominado Candói e a oeste por diversos, entre os quais o rio Jordão e o arroio Corvo Branco.
O Padre Ponciano José de Araújo tinha bens no valor total de 57:192$000. O ano da abertura de seu inventário foi em 1861 e esse valor foi um dos mais elevados de todos os processos analisados. Além do valor de seus escravos (3:780$000), o Padre tinha bens de raiz no valor de 35:499$000 e semoventes no total de 14:022$000.
Mendes (20) em sua dissertação de mestrado em História pela UFPR apresenta um documento importante nessa pesquisa, qual seja: a primeira página do inventário de Ponciano José de Araújo em 1861.
Inventário de Ponciano José de Araújo - 1861 - 1ª página.(20) |
A seguir a transcrição do que foi possível do documento acima:
“1861 / 32 / 30
Juiz Municipal da Villa de Guarapuava
Autuamento d’umas partilhas que amigavelmente ficarão
os herdeiros do finado Reverendo Ponciano José de Araújo.
O Escrivão
Aud (?) Juramentado (?)
Assinatura do escrivão
AUTUAÇÃO
Anno do nascimento do Nosso Senhor Jesus Christo de mil oitocentos e sessenta e um, matriz de Nossa Senhora do Belém (?), nesta Villa de Guarapuava, em meu cartório, pelo herdeiro (?) do finado Reverendo Ponciano José de Araújo, nos foi (sic) entregues os documentos, petição com Despacho do Juiz Municipal Tenente Frederico P...(?) Ernani Virmond Guimarães (?) ... (ilegível) do qual Expedindo (?) ..(ilegível) de meu Offício, assinado (?) ....
(restante ilegível)...”
ANTEPASSADOS
FamilySearch (36) |
Balthazar Carrasco dos Reis. Estátua na Rua Conselheiro
Laurindo, perto do teatro Paiol em Curitiba. |
Balthazar Carrasco dos Reis (São Paulo, 1617 - Curitiba, 8 de outubro de 1697) foi um bandeirante brasileiro e um dos fundadores da cidade de Curitiba. Era casado com Izabel Antunes e recebeu por carta de 29 de junho de 1661, assinada por Salvador Corrêa de Sá e Benavides, uma Sesmaria de terras na localidade de Mariguy (Barigüi) onde já morava por vários anos, localizada na Villa de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais.
Possuia grandes
extensões de terra nos Campos Gerais de Curitiba, no litoral paranaense e na
Villa de Sant'Anna de Parnahyba.
Esteve
presente na reunião ocorrida no dia 29 de março de 1693, quando foi instituida
a justiça nessas terras, data que posteriormente seria adotada como a da
fundação de Curitiba. Segundo a obra clássica de Francisco Negrão publicada em
1926: "Genealogia Paranaense" as seguintes famílias: Andrade, Soares
e Seixas, juntamente à do capitão Matheus Martins Leme se entrelaçaram por meio
de casamento com a de Balthazar Carrasco dos Reis, formando uma grande prole, a
partir de seus 8 filhos, e é tido como um dos povoadores de Curitiba, sendo que
seus descendentes formaram a elite política do estado.
Livro Tombo de Curitiba - 1693. Assinaturas de Antº Rodrigues Seixas e de Balthazar Carrasco dos Reis. |
Avançando mais, chega-se a João Ramalho, famoso povoador de São Paulo, casado do a famosa índia Bartira, filha do cacique Tibiriçá, dos tupiniquins. FamilySearch (36)
De acordo com o Portal da Câmara
Municipal de São Paulo, João Ramalho foi o responsável pela aliança entre os
índios e portugueses. Ele foi fundamental para a manutenção da Vila de São
Paulo de Piratininga.
Fundação de São Paulo – Quadro de Antônio Parreiras mostra
João Ramalho e uma de suas filhas (à esquerda) na instalação da CMSP | Foto:
Ricardo Rocha/CMSP |
Pouco
se conhece sobre os primeiros anos de João Ramalho. Nasceu em Vouzela, norte de
Portugal, em 1493, onde se casou com Catarina Fernandes das Vacas. As razões de
sua chegada ao Brasil são desconhecidas. Ele teria desembarcado na Região
Sudeste por volta de 1515, mas não há registro que aponte se era um colono, um
náufrago ou um degredado.
Ramalho se adaptou bem ao novo território. Conheceu os índios
tupiniquins e ficou próximo do cacique Tibiriçá (vigilante da terra, na língua
tupi), um dos principais líderes dessa tribo no Planalto Paulista. Por causa da
aproximação, terminou se casando com uma das filhas do cacique, Bartira (flor
de árvore, em tupi). Mas, como era costume entre os índios, também tinha outras
mulheres, entre elas algumas irmãs de Bartira.
E essa
aliança foi primordial para garantir que a Vila de São Paulo de Piratininga
continuasse existindo. A importância de João Ramalho é tão grande para a cidade
que ele é considerado o patriarca dos mamelucos, o pai dos paulistas ou, ainda,
o fundador da paulistanidade. Entre seus tantos descendentes, há figuras
notórias como a rainha Silvia (casada com o rei Carl Gustav 16, da Suécia) e a
escritora Lygia Fagundes Telles.
João Ramalho no livro Capitães do Brasil: a saga dos
primeiros colonizadores de Eduardo Bueno. |
Estátua de João Ramalho em Santo André da Borda do Campo - SP |
Tibiriçá, também conhecido como Tebiriçá e Tebireçá, sogro
de João Ramalho, foi um importante líder indígena tupiniquim dos primórdios da
colonização portuguesa do Brasil. Era aliado dos portugueses. Teve papel
destacado nos eventos relacionados à fundação da atual cidade de São Paulo, em
1554. Seu corpo foi enterrado na Cripta da Catedral da Sé em SP.
Cacique Tibiriçá, líder dos Tupiniquis |
Mapa da Capitania de S. Vicente 1553-1597 mostrando a área de ocupação dos índios Tupiniquins. |
O local onde se edificou o Colégio possuía clima ameno, não
tão tórrido quanto o do litoral. Era um
posto avançado no interior, em local seguro e defensivo. Baluarte da
tranqüilidade para que os irmãos executassem o trabalho junto aos catecúmenos e
longe "do barulho", do tráfico de Pau-Brasil, dos portugueses
amancebados, das heresias e do canibalismo ritualístico indígena que imperava
em todo litoral do Brasil, desde o Norte até as cercanias de Cananéia. Saiba mais
aqui e venha conhecer como de fato foi a São Paulo no Século 16 (acerca de
1554)!
Tibiriçá participou da construção do Colégio em 1554 data da fundação da cidade de São Paulo |
FILHOS E DESCENDENTES
Padre Ponciano deixou extensa descendência, povoando a região de Guarapuava e Candói e um legado de uma vida repleta de valores a todos que conhecem sua história. Seus filhos que se casaram e formaram numerosas famílias que se proliferaram, consolidando a formação étnica desta grande região, culminando com a fundação de Candoy que apresenta muitos descendentes com os sobrenomes: Araújo, Abreu, Oliveira, Silvério, Almeida, Souza, Mendes,etc...que contribuíram sobremaneira para o fortalecimento econômico da região de Guarapuava e Candói.
Os filhos do Padre Ponciano possivelmente em cerimônia de comemoração à criação do Município de Guarapuava em 1871.
Filhos: João, Pedro Alexandrino e Cândido. |
Na juventude Ponciano teve um filho com Alexandrina Mafalda Rosa, Pedro Alexandrino de Araújo, no Tamanduá, possivelmente entre 1825 e 1832, período em que viveu nessa região. Gracita Gruber Marcondes (10) afirma que Pedro Alexandrino nasceu e foi batizado na Capela de N. S. Conceição do Tamanduá. Boa parte desta genealogia vem de anotações feitas pela prima Eliane Maria Araújo Weiss Murbach (22) que zelozamente anotou os registros de parentesco contados pela querida Vovó Anina, cuidadosamente guardou por tanto tempo e nos compartilhou em meio digital. Registros complementados por Marli Araújo (2). Registros complementados atualmente pelo do artigo "Descendentes do Pe. Ponciano dão Origem a Candói" (37) publicado em "PIONEIROS", uma publicação de Marinsana Agropecuária, pelas ilustres professoras da Academia Guarapuavana de Letras, Alcioly T. Gruber de Abreu e Gracita Gruber Marcondes.
1.1 Pedro Alexandrino de Araújo Penna, (1825? - 1880), nascido possivelmente no Tamanduá. Casado com Maria Leopoldina de Oliveira. Tiveram filhos, todos nascidos em Guarapuava (37):
1.1.1 - Irineo Thiago, nascido em 25 de julho de 1848;
1.1.2 - Alexandrina, nascida em 10 de outubro de 1850, casada com Lúcio Mendes de Almeida;
1.1.3 - Jesuíno Enéas, nascido em 10 de novembro de 1853;
1.1.4 - Pedro (Xavier de Araújo ?), nascido em 10 de novembro de 1855; casado com Amelia Plethz Schleder (1870 - ?);
1.1.5 - Florindo, nascido em 26 novembro de 1857;
1.1.6 - Felício, nascido em 9 de março de 1860;
1.1.7 - José Alexandrino, nascido em 12 de março de 1862;
1.1.8 - Cherubina (ou Querubina) Araújo Oliveira, nascida em 28 de novembro de 1864, casada com Deoclecio Cyrinio de Oliveira (1855 - 1906). Tiveram 9 filhos (Family Search -36):
1.1.8.1 - Maria Alexandrina de Oliveira (1889-1909);
1.1.8.2 - Pedro Oliveira (1893 - ?);
1.1.8.3 - Benigno Oliveira (1895 - ?);
1.1.8.4 - Optasiano Oliveira (1897 - ?);
1.1.8.5 - Nathalia Oliveira ( 1899 - ?);
1.1.8.6 - Amalia Oliveira (1901 - ?)
1.1.8.7 - Alcedino Oliveira (1903 - ?);
1.1.8.8 - Aline Oliveira (1908 - ?);
1.1.8.9 - Abilio Fabriciano de Oliveira, casado com Delfina Alves de Oliveira. Com filho: Álvaro de Oliveira.
1.1.9 - Emilio Castellar de Araújo (34), casado e com filhos:
1.1.9.1 - Antenor, casado , com filhos:
1.1.9.1.1 - Iani;
1.1.9.1.2 - Mercedes;
1.1.9.1.3 - Nelson;
1.1.9.1.4 - Sirton;
1.1.9.2 - Lauro, casado , com filhos:
1.1.9.2.1 - Dulci casado com Eloá;
1.1.9.2.2 - Dari casado com Beni;
1.1.9.3 - Ana Maria, casada com Marins Mendes de Abreu (descendente de João de Abreu e Araújo), com filhos:
1.1.9.3.1 - Gelta;
1.1.9.3.2 - Gladis;
1.1.9.3.3 - Gláucia casada com Newton;
1.1.9.3.4 - Gerson, casado com Alcioly Gruber de Abreu (irmã de D. Gracita Gruber). As duas irmãs são importantes historiadoras com diversos livros publicados sobre a Região de Guarapuava. Tendo inclusive brilhante participação no DVD "Guarapuava 1810".
1.1.10 - Dinis Abílio (37), nascido em 26 de julho de 1870;
Da união com Maria Ritta Brandina de Almeida (pertencente à família de Dª Maria Joaquina de Almeida, esposa de Pedro Aloys Scherer). Com ela teve mais dois filhos: João de Abreu e Araújo e Cândido José de Almeida e Araújo.(10)
1.2 João de Abreu e Araújo, casado com Maria Joaquina de Oliveira ( primeira esposa), tiveram filhos (10) (22) (37):
1.2.1 - Trajano Olympio de Abreu, tenente, nascido em 17 de junho de 1849 (37), (padrinho da Vovó Anina, pai de Maria Ubaldina, mãe da Vovó Anina. Foi seu tio e seu avô) , casado com Maria Francisca (Maruca 1.3.5 abaixo)
Fala famosa: "Ano que vem volto a festejar meu Bom Jesus do Iguape!!! Quer esteja vivo! Quer esteja morto!)
1.2.2 - Cândida Gueineza (37), nascida em 3 de outubro de 1856;
1.2.3 - Queburim, nascido em 1854;
1.2.4 Maria Jesuína (Zina), nascida em 13 de março de 1853, casada, com filhos;
1.2.4.1. Maria Jesuína Abreu "Cota" casada com Domingos Lopes de Araújo. Tiveram filhos:
1.2.4.1.1 - Antenor Lopes de Araújo, casado com Dolores Abreu Araújo (filha de Inocêncio);
1.2.4.1.2 - Agenor Lopes de Araújo, casado em primeiras núpcias com Eroni Lopes de Araújo (falecida após o parto). Tiveram uma filha:
1.2.4.1.1.1 - Maria Aparecida casada com Roberto Araújo (Robertão). Tem filhos.
- Agenor Lopes de Araújo casado em segundas núpcias com Joana Lopes de Araújo. Tiveram filhos:
1.2.4.1.1.2 - Rubens;
1.2.4.1.1.3 - Beto;
1.2.4.1.1.4 - Nereu;
1.2.4.1.1.5- Maria Izabel
1.2.4.1.1.6 - Rita;
1.2.4.1.1.7 - Marlene;
1.2.4.1.3 - Maria das Dores (Maninha), casada com Olegário Mendes Araújo (tio Lega);
1.2.4.1.4 - Maria Joana (tia Joaninha), casada com Emiliano Lopes de Oliveira (Lanico, irmão do tio Otávio Lopes de Oliveira "Tio Tavinho");
1.2.4.1.5 - Manoel Lopes Sobrinho (Maneco) casado com Terezinha (de Ponta Grossa de ascendência russa);
1.2.4.1.6 - José Antônio Lopes de Araújo casado com Nilza Siqueira Araújo (filha da Vovó Anina, vide Gráfico-Sol abaixo). Tem 5 filhos;
1.2.4.1.7 - Domingos da Conceição Lopes de Araújo (Mingado), casado com Nair Cogo (de Ponta Grossa);
1.2.4.1.8 - Sebastião Lopes de Araújo casado com Emília Milano de Araújo em primeiras núpcias. Tiveram filhos:
1.2.4.1.8.1 - Rui;
1.2.4.1.8.2 - Isonete;
1.2.4.1.8.3 - Sérgio;
1.2.4.1.8.4 - Putico (?);
- Sebastião Lopes de Araújo casado com Albertina Brandelero em segundas núpcias. Tiveram filhos:
1.2.4.1.8.5 - Ubiratan (genro de Rubens);
1.2.4.1.8.6 - Eridan;
1.2.4.1.8.7 - Miriã;
1.2.4.1.9 - Dorci Abreu de Araújo casado com Maria da Conceição Lopes de Araújo (Marica, neta de Inocêncio);
1.2.4.1.10 - Anali Lopes de Araújo (tia Lila) casada com João Gadowski. Filho:
1.2.4.1.10.1 - Leopoldo
1.2.4.1.11 - Dirceu Lopes de Araújo casado com Catarina Lúcia. Tem filhos:
1.2.4.1.11.1 - Dirceu Lopes de Araújo Jr;
1.2.4.1.11.2 - Laércio;
1.2.4.1.11.3 - Carla;
1.2.5 - João de Abreu II, nascido em 15 de agosto de 1858;
Com o falecimento de Dª Maria Joaquina, foi realizado o inventário em 1863, não constando o nome de Querubim como herdeiro. Alcioly Gruber de Abreu (37) supõe que este possa ter falecido ainda criança, visto que naquela época a mortalidade infantil era muito alta.
João de Abreu e Araújo casou-se em segundas núpcias com Dª Rita de Andrade e França (37), natural de Sorocaba, filha do Capitão Ildefonso José Gonçalves de Andrade e sua mulher Dª Anna Antonia de Oliveira França, de cujo casamento nasceram 6 filhos (27):
1.2.6 - Cecília, nascida em 15 de abril de 1866;
1.2.7 - Maria do Belém (Vó Bela casada com seu primo Horácio, filho de Cândido José de Araújo, pais de Osório Saul de Araújo);
1.2.9 - Ortência, nascida em 7 de julho de 1872;
1.2.10 - Ana Antônia (Sinhana);
1.2.12 - -
1.2.13 - -
1.3 Cândido José de Almeida e Araújo, viveu e morreu em 1883 em Santa Clara (37), casado com Maria Ubaldina (mesmo nome de sua neta) (27) teve 8 filhos:
1.3.1 - Ponciano Alípio de Araújo, nascido em 1857;
1.3.1.1 - Trajano Saldanha;
1.3.1.2 - Lavínia;
1.3.1.3 - Zézico;
1.3.1.4 - Odila;
1.3.1.5 - Cibele;
1.3.1.6 - Dindina (?)
1.3.2 - Horácio Saul de Araújo, nascido em 1858 (37)casado com sua prima Maria do Belém (filha de João de Abreu e Araújo), tiveram 6 filhos:
1.3.2.1 - José Saul de Araújo casado com Lindaura Ribas (tia LIndoca);
1.3.2.2 - Afonso de Abreu e Araújo, casado com Zeferina Lacerda (Nhá Fira). Tiveram 2 filhos:
1.3.2.2.1 - Maria do Belém casada com Beto;
1.3.2.2.2 - Nailor, casado, com filhos:
1.3.2.2.1 - Lizete Lacerda Abreu casada com filhos;
1.3.2.3 - Cândido de Abreu e Araújo, nascido em 09/06/1895, casado com Brasília Lopes de Abreu , nascida em 03/10/1900, (filha da Linésia, sobrinha do Vô Maneco Lopes de Araújo, era contemporânea de Domingos). Todo este tópico (1.3.2.3) contou com a preciosa colaboração de Mirtes Maria Abreu de Lima (38). Tiveram filhos:
1.3.2.3.1 - Aureo Lopes de Abreu, casado com Ivone de Camargo Abreu . Tiveram filhos:
1.3.2.3.1.1 - Célia Maria Camargo Abreu, foi casada com Reinaldo Xavier da Silva. Tiveram filhos :
1.3.2.3.1.1.1 - Adriana Abreu Teles de Souza, casada com Ivanil Teles de Souza, com filho:
1.3.2.3.1.1.1.1 - Daniel;
1.3.2.3.1.1.2 - Maurício Xavier da Silva, casado com Angeluci Patrícia Herman, com filhos:
1.3.2.3.1.1.2.1 - Luiz Sérgio;
1.3.2.3.1.1.2.2 - Luiz Aurélio;
1.3.2.3.1.1.2.3 - Maria Beatriz;
1.3.2.3.1.2 - Mirtes Maria Abreu de Lima, casada com Olívio Ferreira de Lima, com filhos:
1.3.2.3.1.2.1 - Victor Olívio Abreu de Lima, foi casado com Giselle Giza Ramos, tiveram filhos:
1.3.2.3.1.2.1.1 - Vivian Ramos de Lima, casada com Matheus Gonçalves Felizardo, com filhos:
1.3.2.3.1.2.1.1.1 - Nicolas;
1.3.2.3.1.2.1.1.2 - João Guilherme;
1.3.2.3.1.2.1.2 - Gabriel.
1.3.2.3.1.2.1 - Victor Olívio Abreu de Lima, no segundo casamento com Marinês Holek, tiveram os filhos:
1.3.2.3.1.2.1.3 - Paula;
1.3.2.3.1.2.1.4 - Matheus;
1.3.2.3.1.2.2 - Delson Abreu de Lima, casado com Letícia Danielle Machado de Mello Lima, com filhos:
1.3.2.3.1.2.2.1 - Júlia;
1.3.2.3.1.2.2.2 - Eduardo;
1.3.2.3.1.3 - Jurcéia Abreu Dalla Vechia, foi casada com Guido Dalla Vechia. Tiveram filhos:
1.3.2.3.1.3.1 - Alexandre Dalla Vechia, casado com Gabriela Conrado Padilha, com um filho:
1.3.2.3.1.3.1.1 - Lucas;
1.3.2.3.1.3.2 - Angelo Dalla Vechia, casado com Caroline Bisognin da Luz, com filhos:
1.3.2.3.1.3.2.1 - Cecília;
1.3.2.3.1.3.2.2 - Luiz Arthur;
1.3.2.3.1.3.3 - André Dalla Vechia, casado com Geruza Rodrigues Dalla Vechia, com filhos:
1.3.2.3.1.3.3.1 - Ana Gabriela;
1.3.2.3.1.3.3.2 - Antonella.
1.3.2.3.1.4
- Maria Ivone de Camargo Abreu,
casada com Dante Luiz Escuissato, com filhos:
1.3.2.3.1.4.1
- Guilherme;
1.3.2.3.1.4.2 -
Letícia;
1.3.2.3.1.5
- José Candido de Abreu, foi
casado com Angelita Amábile Dias de
Abreu. Tiveram uma filha:
1.3.2.3.1.5.1 - Amábile;
1.3.2.3.2 - Antonio Lopes de Abreu ( Tonico ), foi casado com Mercedes Abreu. Tiveram filhos:
1.3.2.3.2.1
- Antonio ( Antoninho )
1.3.2.3.2.2
- Mercedes ( Mercedinha )
1.3.2.3.2.3
- Yara;
1.3.2.3.2.4
- José Cândido;
1.3.2.3.2.5
- Vera;
1.3.2.3.2.6 -
Jussara Aparecida;
1.3.2.3.3 - Maria da Conceição Lopes de Abreu, foi casada
com José Simão de Oliveira (Zico). Tiveram filhos
1.3.2.3.3.1
- Leide Maria Oliveira Barroso, casada com Jurandir Batista Barroso, com
filhos:
1.3.2.3.3.1.1 -
Adriana;
1.3.2.3.3.1.2 -
Jurandir Filho;
1.3.2.3.3.2 - Edson Luiz de Oliveira ( Edinho ), casado com Sebastiana Oliveira,
com filhos:
1.3.2.3.3.2.1 -
Cristiane;
1.3.2.3.3.2.2 -
Eversom Luiz
1.3.2.3.3.2.3
- Juliane;
1.3.2.3.4 - Horácio Lopes de Abreu ( solteiro)
1.3.2.3.5 - Irinésia
Lopes de Abreu ( Nésia ), foi casada com José Maria Pereira Marcondes. Tiveram filhos:
1.3.2.3.5.1 -
Marcos Aurélio Marcondes , foi
casado com Elisabeth Padilha Marcondes. Tiveram filhos:
1.3.2.3.5.1.1 - Tiago;
1.3.2.3.5.1.2 - Isaac;
1.3.2.3.5.1.3 - Alberto;
1.3.2.3.5.2
-
Agnaldo Lúcio Marcondes , casado com Vanusa Vanderléa Dias Marcondes , com filhos:
1.3.2.3.5.2.1 - Kathleyn;
1.3.2.3.5.2.2
- Matheus;
1.3.2.3.6 - Terezinha Abreu do Prado, casada com Mariant Ferrari do Prado. Tem filhos:
1.3.2.3.6.1
- Eva Aparecida Abreu do
Prado Banczek;
1.3.2.3.6.2
- Márcia Maria Abreu do Prado
Rodack;
1.3.2.3.6.3
- Rosangela Abreu do Prado Wolf;
1.3.2.3.7 - Cândido de Abreu Araújo Junior ( Vino /Taxi
), casado com Jaci Teresinha Mores Araújo. Com filhos:
1.3.2.3.7.1 - Schirle Aparecida Araújo, com filhos:
1.3.2.3.7.1.1
- Karen;
1.3.2.3.7.1.2
- Breno;
1.3.2.3.7.2
- Schelis Araújo, com filhos:
1.3.2.3.7.2.1
- Scharon;
1.3.2.3.7.2.2 -
Schelis Junior;
1.3.2.3.7.3.1
- Gelton Bernardo;
1.3.2.3.8 - Sebastião Lopes de Abreu, casado com Vera
Lúcia Gavron Abreu , com filhos:
1.3.2.3.8.1
- Leandro Luiz Abreu ( solteiro);
1.3.2.3.8.2
- Silmara do Rocio Abreu, com
filhos:
1.3.2.3.8.2.1 -
Guilherme;
1.3.2.3.8.2.2 -
Lucas;
1.3.2.3.8.2.3
- Yasmin;
1.3.2.3.8.3 -
Simone Aparecida Abreu, com filhos:
1.3.2.3.8.3.1
- Pablo Abiel;
1.3.2.3.8.3.2 -
Jhde;
1.3.2.3.8.3.3
- Aime;
1.3.2.3.8.4 -
Davi Marcelo Abreu ( solteiro);
1.3.2.4 - Maria Rita de Abreu e Araújo, nascida em 1860, casada com Sebastião Mendes Araújo (Bastinho);
1.3.2.5 - Osório Saul de Araújo casado com Anina Siqueira (filhos e descendência abaixo em item próprio). Tiveram filhos:
1.3.2.5.1 - Irene (mãe da Neusa e Rita);
1.3.2.5.2 - Agenor;
1.3.2.5.3 - Heraclides Mendes Araújo (vereador);
1.3.2.5.4 - Olegário (tio Lega, sobrinho do Vô Osório);
1.3.2.5.5 - Iolanda;
1.3.2.5.6 - Renato;
1.3.2.5.7 - Poncianinho;
1.3.2.6 - Dinarte Saul de Araújo casado com Marieta Ribas. Teve 2 filhos: Dirlê e Tereza;
1.3.2.6.1 - Dirlê, casado, teve dois filhos:
1.3.2.6.1.1 - Ciro casado com esposa de sobrenome Marcondes;
1.3.2.6.1.2 - Denise;
1.3.2.6.2 - Mª Tereza Ribas Araújo casada com Darci Marcondes. Tiveram 3 filhos:
1.3.2.6.2.1 - Roberto Expedito casado com Noelia;
1.3.2.6.2.2 - Maurício;
1.3.2.6.2.3 - Maria do Rocio;
1.3.2.7 - Ortência de Araújo. Faleceu com 5 anos;
1.3.3 - José (Sinhozinho). Filhos:
1.3.3.1 - Ubaldino (Bardinho);
1.3.3.2 - Candida ;
1.3.3.3 - Maroca;
1.3.3.4 - Aline;
1.3.4 - Ubaldino Almeida e Araújo. Filhos:
1.3.4.1 - Cândido;
1.3.4.2 - Otávio;
1.3.4.3 - Divalina (?);
1.3.4.4 - Miloca (?);
1.3.5 - Maria Francisca (Maruca) casada com seu primo tenente Trajano Olympio de Abreu. Filhos:
1.3.5.1 - Maria Ubaldina (Vovó Sinhazinha) casada com Miceno Siqueira Côrtes. Gostava muito de ler! Importava livros! Tiveram 5 filhos:
1.3.5.1.1 - Pedro (Pedroca, foi para SP);
1.3.5.1.2 - Anina Siqueira Araújo, casada com Osório Saul de Araújo. Tiveram muitos filhos, em tópico próprio abaixo com genealogia de seus descendentes. Vide Gráfico-Sol abaixo.
1.3.5.1.3 - Maria Francisca Siqueira (tia Xiquita), casada, com filhos:
1.3.5.1.1.1 - Maria casada com Xavier. Filhos:
1.3.5.1.1.1.1 - Inamar Xavier casado com Letícia. Tem 3 filhas
1.3.5.1.1.1.2 - Inamari Xavier Nunes cassada com Francisco Nunes . Tem filhos.
1.3.5.1.1.1.3 - Rui Xavier.
1.3.5.1.1.1.4 - Cosme
1.3.5.1.1.1.5 - Damião
1.3.5.1.1.2- Olga. solteira.
1.3.5.1.4 - Trajano Siqueira (Trajaninho). Morou em vários lugares: SP, MG, MS. Dizia que ia em busca de um diamante azul!!!!
1.3.5.1.5 - Hélia casada com José Lacerda, com Filhos;
1.3.5.1.5.1 - Marilda Lacerda, casada . com filhos.
1.3.5.1 - Benevenuta (tia Nunuta) casada com Augusto Gomes. Tiveram filhos:
1.3.5.1.1 - Otávio;
1.3.5.1.2 - Olegário;
1.3.5.1.1 - Ondina;
1.3.5.1.1 - Dirceu Gomes (morava em Foz);
1.3.5.1 - Julieta Suzana;
1.3.5.2 - Osmindo;
1.3.5.3 - Orvalina (tia Orvalina);
1.3.6 - Maria Rita. Teve vários Filhos. (não conseguimos os nomes);
1.3.7 - Isabel. Não teve filhos.
1.3.8 - Sinharinha (seria Maria da Glória Araújo ?). Nascida em 1873. Não teve filhos.
Seguindo nesse caminho da progenitura de Ponciano José de Araújo, somos descendentes de seus filhos João de Abreu e Araújo e de Cândido José de Araújo.
Do casamento de João de Abreu e Araújo com Maria Joaquina de Oliveira descendem Maria do Belém (Vó Bela) e Trajano de Abreu e Araújo. Trajano tem uma filha de nome Maria Ubaldina Abreu e Araújo.
Do casamento de Cândido José de Almeida e Araújo casado com Maria Ubaldina (mesmo nome de sua neta ou sobrinha neta) descende Horácio Saul de Araújo.
Horácio Saul de Araújo casa-se com Maria do Belém, sua prima, muda-se para a fazenda de seu sogro e tio João. Constrói uma bela casa por volta de 1890-1900 que existe até os dias atuais.
Horácio e Mª do Belém (Vó Bela). |
Casa construída no Candói por Horácio entre 1890-1900 (31) |
Álbum de Guarapuava - 1928 - (6) |
Foto de Fonte de Santa Clara com casinhas construídas por Horácio para seus filhos. Foto tirada entre 1943 a 1945, quando visitada pelo padre Jeronimo (Mazzarotto?) de Curitiba (34) |
Anina Siqueira Araújo e Osório Saul de Araújo. |
Casa na Fazenda Igrejinha de Osório. Postagem Marli Araújo (2) |
Abaixo uma foto que nos foi trazida pela Marli Araújo (2) em 2019, mostrando a casa cheia de Anina e Osório em 1951 na Faz. N.S. Aparecida.
Foto de 1950 ou 1951. |
Índice de identificação. |
Mais tarde a Fonte de Águas Termais de Santa Clara foi desapropriada pelo governo do Paraná onde funcionou pro muitos anos a Estância Hidromineral de Santa Clara com Hotel em muito movimento de turistas.
Termas de Santa Clara no seu auge - 1984 (3) |
Fonte de Santa Clara |
Fonte de Santa Clara |
Em 2019, em uma reunião de família, um café na casa da Maria da Luz em Campo Largo - PR, Marli Araújo nos trouxe uma verdadeira relíquia que guardou por muitos anos. Tratava-se de um livro "Livro-Caixa" do Armazém de Secos e Molhados na Fazenda de Santa Clara.
Além da riqueza das anotações próprias de um Livro-Caixa, a parte final havia sido utilizada pela Vovó Anina para anotações de registros da família, "um verdadeiro Cartório de Registros da Família".
Capa do Livro Caixa de Osório Saul de Araújo |
Letra primorosa de Osório em anotação de 1930 |
Parte final do Livro-Caixa com anotações da Vovó Anina, verdadeiro "Cartório da Família" |
Esse riquíssimo registro foi o pontapé inicial para o lançamento dos dados em programa de genealogia. Fizemos o registro dos ascendentes e descendentes de Osório e Anina.
Hoje em dia somente os descendentes de Osório e Anina já somam por volta de 250 pessoas. Tiveram os seguintes filhos:
- Manoel (Manoelzinho), adotivo, casado com Clara Neiverth. Com filhos e netos.
- Maria de Lourdes (Eny) casada com Manoel de Faria Lacerda. Com 4 filhos, netos e bisnetos;
- Aidam casada com Otávio Lopes de Oliveira (Tio Tavinho). Casal não teve filhos.
- Aline casada com José Neiverth. Com filhos, netos e bisnetos;
- Terezinha casada com Heraclides Lopes de Araújo. Com 4 filhos, netos e bisnetos;
- Nilza casada com Antônio Lopes. Com 5 filhos, netos e bisnetos;
- João (Joaozito). Falecido com 19 anos. Sem filhos.
- Ivete casada com Guido Weiss. Com filhas e netas;
Descendentes de Osório e Anina. |
Enfim, Ponciano José de Araújo deixou extensa descendência, povoando a região de Guarapuava e Candói e um legado de uma vida repleta de valores a todos que conhecem sua história. Seus filhos que se casaram e formaram numerosas famílias que se proliferaram, consolidando a formação étnica desta grande região, culminando com a fundação de Candoy que apresenta muitos descendentes com os sobrenomes: Araújo, Abreu, Oliveira, Silvério, Almeida, Souza, Mendes,etc...que contribuíram sobremaneira para o fortalecimento econômico da região..(26)
Na cidade de Palmas, além de haver um Distrito com o nome de Padre Ponciano, existe um colégio denominado Colégio Estadual Padre Ponciano José de Araújo, em homenagem ao primeiro Vigário da Paróquia de Palmas. Por coincidência situado na Rua Pedro Siqueira Côrtes, famílias sempre próximas ao longo da história.
Colégio Pe. Ponciano em Palmas com endereço. |
A Academia de Letras, Artes e Ciências de Guarapuava na sua Cadeira 06 homenageia Ponciano José de Araújo como Patrono. (1)
ALAC - Cadeira 06 - Patrono Pe. Ponciano José de Araújo. |
Para encerrar esta postagem com um momento festivo. Abaixo foto do aniversário de 80 anos de Ivete Araújo Weiss, em 2019, trineta do Padre Ponciano comemorado na região do Tamanduá. Após o delicioso almoço servido, acompanhada de familiares e amigos fomos todos à histórica Capela de N. S. da Conceição do Tamanduá, onde Ponciano nasceu, foi batizado e viveu por bom tempo de sua juventude. Por muita coincidência, em raríssima oportunidade, a Capela estava aberta para limpeza, pois, tombada e protegida pelo Patrimônio Histórico desde 2001, permanece sempre fechada, com celebração de missa uma vez por mês.
Aniversário de 80 anos de Ivete Araújo Weiss com familiares e amigos. |
Foto recente da Capela do Tamanduá (atual Balsa Nova - PR) |
Espero que esta história possa ser ampliada, acrescentada por muitos outros descendentes do Padre Ponciano e continuada e contada por muitas e muitas gerações....
REFERÊNCIAS
(37) ABREU, Alcioly T. Gruber; GRUBER MARCONDES, Gracita. "Descendentes do Pe. Ponciano dão Origem a Candói", publicado em "PIONEIROS", uma publicação de Marinsana Agropecuária - 1998.
(1) ALAC – Academia de Letras Artes e Ciências de Guarapuava – Cadeira 06 – Patrono Ponciano José de Araújo. Disponível em https://www.alacguarapuava.com/ponciano-jose-de-araujo. Acaesso em 25/11/2019.
(2) ARAÚJO, Marli Lopes de. Tradição oral, documentos e anotações de família.
(34) ARAÚJO MARCONDES, Maria do Rocio. Tradição oral, documentos e anotações de família.
(3) BIAZI, Mauro Xavier. Era uma vez em Guarapuava... – Grupo no Facebook.
(4) CARNEIRO, Davi. O drama da Fazenda Fortaleza. Edição do Dr. Dicesar Plaisant. Disponível em http://www.museuparanaense.pr.gov.br/arquivos/File/odramadafazendafortaleza.pdf
(5) COMISSÃO DE CULTURA MARINHA – PORTUGAL. Altar Portátil. Disponível em: https://ccm.marinha.pt/pt/museumarinha_web/colecoes_web/pecasemdestaque_web/Paginas/altarportatil.aspx. Acesso em 23/07/2020.
(6) CORREIA, Leocádio; OLIVEIRA, Mário F.(org.) Álbum de Guarapuava. 1928. 2ª ed. Curitiba: Olivero, 1928. 1v.
(7) DEBRET, Jean-Baptiste. Frères, Trierry. Ch. Walter. Carte du Brèsil 1834 – Voyage pittoresque et historique au Brèsil. Tome premier. Disponível em: https://www.brasilianaiconografica.art.br/obras/17463/carte-du-bresil Acesso em 16/07/2020
(36) Family Search. Disponível em www.familysearch.org
(8) FRANCO NETTO, Fernando. POPULAÇÃO, ESCRAVIDÃO E FAMÍLIA EM GUARAPUAVA NO SÉCULO XIX . Tese de Doutorado. UFPR. Curitiba. 2005. Disponível em: http://dspace.c3sl.ufpr.br/dspace/bitstream/1884/7422/1/FERNANDO.pdf
(9) GENI. Manoel Elias de Araújo. Disponível em: https://www.geni.com/people/Manoel-Elias-de-Ara%C3%BAjo/6000000057207736836
(10) GRUBER MARCONDES, Gracita. Ponciano José de Araújo, o Pe. Bandeirante. Revista Monjolo. Guarapuava - PR. Ano I - Nº 03 - Fevereiro/2000.
(11) GRUBER MARCONDES, Gracita. Guarapuava – história de luta e trabalho. Gráfica da UNICENTRO - 1998. Guarapuava - PR.
(12) KRÜGER, Nivaldo. Guarapuava – Fases históricas e ciclos econômicos. Edição do autor. 2010. Guarapuava – PR.
(13) KRÜGER, Nivaldo. Guarapuava – Seu território, sua gente, seus caminhos, sua história. Edição Fundação Santos Lima. 1999. Guarapuava – PR.
(14) LACERDA, Carlos Armando Cordeiro. Tradição oral, documentos e anotações de família.
(15) LACERDA, João Carlos. Tradição oral, documentos e anotações de família.
(38) LIMA, Mirtes Maria Abreu. Tradição oral, documentos e anotações de família.
(16) LIMA DE CASTRO, Rodrigo. Escravos e ex-escravos em São Mateus do Sul. - postado em 25/03/2017. Disponível em:
https://saomateuenseblog.wordpress.com/2017/03/25/escravos-e-ex-escravos-em-sao-mateus-do-sul/ Acesso em 22/04/2020.
(17) MACHADO GUEDES. Guarapuava "200 anos". Disponível em https://machadoguedes.adv.br/blog/guarapuava-200-anos/
(18) MARTINS, Sebastião Meira. Desbravador e bandeirante - Padre Ponciano José de Araújo e seus descendentes. Disponível na Biblioteca Pública de Guarapuava – PR (consulta local)
(19) MARTINS, Sebastião Meira. Guarapuava, nossa gente e suas origens.
(20) MENDES, Adilson Miranda. Origem e Composição das Fortunas na Sociedade Tradicional Paranaense – Palmas 1859-1903. UFPR – 1989.
(21) MORGADINHO, Daniela Soares; ANTUNES, Fernando. Estudo integrado a propósito da conservação e restauro de um altar portátil com representação simbólica da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. in Revista CPC · October 2012. Disponível em https://www.researchgate.net/publication/275416954_Estudo_integrado_a_proposito_da_conservacao_e_restauro_de_um_altar_portatil_com_representacao_simbolica_da_Paixao_Morte_e_Ressurreicao_de_Jesus_Cristo Consulta em 23/07/2020
(22) MURBACH, Eliane Maria Araújo Weiss. Tradição oral, documentos e anotações de família.
(23) MUSEU DO ORATÓRIO – MINAS GERAIS. Imagem de altar portátil em madeira policromada do final do século XVIII e início do século XIX. Disponível em: https://museudooratorio.org.br/oratorio/oratorio-de-viagem-altar-portatil-arca-mo-071/ Acesso em 23/07/2020
(34) NEIVERTH, Aline Siqueira de Araújo. Tradição oral, documentos e anotações de família.
(24) NOVACKI, Luís Henrique. “Como se liberto nascesse de ventre livre”: escravos libertos na Freguesia da Palmeira/PR (1831-1848). Artigo da dissertação de Mestrado em História – UFPR. Disponível em http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/vernaculo/article/view/18072 Acesso em 20/07/2020.
(25) PRUNER DE SIQUEIRA, Ana Paula. Cativeiro e Dependência na Fronteira de Ocupação: Palmas, PR, 1850-1888. Dissertação de Mestrado - UFSC - 2010.
(26) http://www.futuro10parana.com.br/candoi.asp
(27) RITTER, Marina Lourdes. Caminhos para a história do Paraná: Brasil Pinheiro Machado e o modelo das formações das comunidades. Revista Paranaense de Desenvolvimento, Curitiba, n.73, p.55-89, 1980.
(28) ______. As sesmarias do Paraná no século XVIII. Curitiba: Lítero- Técnica, 1980.
(29) RODERJAN, Roselys Vellozo. Os curitibanos e a formação de comunidades campeiras no Brasil Meridional (séculos XVI e XIX). Curitiba, IHGEPR, 1992. v.36 (Estante Paranista)
(30)______. Raízes e pioneiros do Planalto Médio. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, 1991.
(31) RPC – REDE PARANAENSE DE TELECOMUNICAÇÃO. Programa PLUG – Candói – Parte 1. Disponível em https://globoplay.globo.com/v/6743267/ Acesso em 23/07/2020.
( 35 ) TEIXEIRA, Murilo Walter. Marco Régio – Pinhão e
Reserva do Iguaçu. Retrospectiva Histórica. 2010. Guarapuava – PR. Ed. Revista
Monjolo.
(32) WIKIPEDIA. Município de Candói. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cand%C3%B3i
(33) ZATTI, Carlos. Campeiros do Paraná Tradicional – Esboço genealógico. Disponível em https://clubedeautores.com.br/livro/campeiros-do-parana-tradicional Acesso em 2020.
Muito bom meu primo, excelente trabalho! Parabéns! Obrigada por nos presentear com esta maravilhosa obra!!
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